VIJ-DF alerta: fique atento aos sinais de maus-tratos infantojuvenis
A ação conjunta da sociedade e da rede de proteção infantojuvenil ajuda no combate a situações de maus-tratos contra crianças e adolescentes. A proteção integral deles é um dever coletivo, no qual se inclui denunciar casos de violência e negligência. Para ajudar, no entanto, é importante conhecer os sinais mais recorrentes dessas violações.
Os efeitos dos maus-tratos se manifestam em indícios físicos, emocionais e comportamentais. Estar alerta às atitudes dos jovens do seu convívio é a primeira forma de identificar situações de violação de direitos. “Um olhar atento a crianças e adolescentes ao nosso redor é uma forma de ajudar no enfrentamento da violência contra eles”, ressalta Reginaldo Torres, supervisor do Centro de Referência para Proteção Integral da Criança e do Adolescente em Situação de Violência Sexual da Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal (CEREVS/VIJ-DF).
Reginaldo Torres defende que esse olhar atento deve ser adaptado ao contexto de distanciamento social consequente da pandemia de Covid-19, uma vez que as violações não se extinguiram. “Os recursos tecnológicos devem ser usados a este favor: telefonar para as famílias que podem precisar de ajuda, fazer videochamadas, usar aplicativos de mensagens”, sugere o supervisor.
Algumas das formas de maus-tratos podem vir misturadas em discursos protetivos, mesclarem-se a relações de afeto e de autoridade entre vítima e agressor ou mesmo não serem identificadas como uma violação. Conheça as quatro dimensões de maus-tratos e suas particularidades.
Além de marcas físicas que se apresentem como evidência, Niva Campos, supervisora da Seção de Atendimento à Situação de Risco da VIJ-DF (SEASIR), cita alguns indícios de que a criança pode estar sofrendo violência ou negligência:
- Alterações no comportamento.
- Excesso ou falta de sono e sono agitado.
- Temores noturnos, insônia.
- Excesso ou falta de apetite.
- Agressividade (reprodução das agressões).
- Irritabilidade ou apatia.
- Desinteresse por coisas das quais gostava antes.
- Retração, mutismo.
- Relatos de não gostar de determinada pessoa.
- Recusa em ficar com determinada pessoa.
- Desenhos reveladores de situações ou estados internos sombrios.
- Queda no rendimento escolar.
No caso específico da violência sexual, Reginaldo Torres chama atenção para sinais como falas que indiquem que a criança ou o adolescente esteja mais triste, com medo ou ansioso, além do usual, e comportamentos sexualizados não próprios da idade. “É importante lembrar que um sinal preocupante da violência é a recusa de adultos em deixar que outras pessoas, às vezes da própria família, tenham acesso a alguma criança ou adolescente em risco. Isso para evitar que a situação seja revelada”, completa Reginaldo.
Nas próximas matérias desta série sobre maus-tratos infantojuvenis, falaremos sobre os impactos da pandemia, o autocuidado materno e paterno como forma de prevenção a situações de risco e como agir em caso de suspeita de violência. Acompanhe!
Fonte: TJDFT