Servidora do TJDFT apresenta propostas para incluir Neurociência em Resolução do CNJ

Servidora do TJDFT apresenta propostas para incluir Neurociência em Resolução do CNJ

Servidora do TJDFT apresenta propostas para incluir Neurociência em Resolução do CNJ

por ACS — publicado 2024-09-30T11:44:00-03:00

captura de tela do youtube do CNJ com imagem da servidora do TJDFT no momento da sua apresentaçãoA servidora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Regina Lúcia Nogueira participou, na última sexta-feira, 27/9, na qualidade de painelista, de Audiência Pública com o objetivo de colher sugestões que possam contribuir com a regulamentação do uso de Inteligência Artificial (IA) no Poder Judiciário. 

A servidora do Núcleo de Criação de Soluções Educacionais a Distância do TJDFT (NUEDI), apresentou o painel “Letramento em IA Generativa na Perspectiva da Neurociência: governança digital, transparência e impactos cognitivos no Poder Judiciário”, que pode ser assistido aqui.

Durante sua exposição, Regina explicou porque a governança digital para o uso de IA generativa no Judiciário deve incluir necessariamente uma abordagem neurocientífica. Ela falou, ainda, sobre o impacto do uso de IA sobre a plasticidade cerebral. “A transformação tecnológica, principalmente com o avanço da IA Generativa, implica em alterações significativas nos cérebros de magistrados, servidoras e servidores”, alertou.

Por isso, apresentou propostas de alterações na Resolução CNJ 332/2020, que trata sobre a ética, a transparência e a governança na produção e no uso de Inteligência Artificial no Poder Judiciário, para integrar a Neurociência na Governança Digital.

Entre as propostas da servidora do TJDFT, destacam-se: a incorporação da Neurociência como princípio orientador; a avaliação dos impactos neurocognitivos; o monitoramento contínuo de impactos sobre o cérebro; o letramento sobre os impactos neurocognitivos; a inserção de neurociência nas avaliações de impactos algorítmico; a inclusão de neurociência na composição de equipes interdisciplinares; e a realização de relatórios anuais de impacto neurocognitivo.

Sobre a Audiência Pública

Realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Audiência Pública Inteligência Artificial no Poder Judiciário aconteceu entre os dias 25 e 27/9, com o objetivo de colher sugestões que possam contribuir com a regulamentação do uso de inteligência artificial no Poder Judiciário. Participaram órgãos e entidades da sociedade, especialistas, instituições públicas e privadas e pessoas interessadas, que se inscreveram previamente. 

A abertura do evento, em 25/9, contou com conferência magna do Ministro Luiz Carlos Barroso, Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o Ministro afirmou que a utilização da IA no Judiciário é uma questão de sobrevivência. “A preocupação que temos de regular o uso da IA no sistema de Justiça se dá porque estamos utilizando a IA à frente de todos. Nenhum país do mundo está investindo tanto tempo e energia em construir ferramentas que permitam sua utilização pelo Poder Judiciário. Mas nenhum lugar do mundo tem 83,8 milhões de processos em tramitação”, afirmou Barroso. Ele lembrou que o STF tem 90 mil ações para julgamento. “Para nós, a IA é uma questão de sobrevivência para o funcionamento adequado do Judiciário, produzindo decisões a tempo e a hora”, completou.  

Fonte: TJDFT