Família unida pelo programa Em Busca de um Lar compartilha história de adoção
Quando Juliane Vilaverde viu a foto de Geovanny na página do programa Em Busca de um Lar no site do TJDFT, disse ter tido a certeza de que ele era o filho que tanto buscava ao lado do marido. O menino foi um dos que ganharam um novo lar, por meio da iniciativa da Vara da Infância e da Juventude do DF (VIJ-DF), que procura famílias para crianças e adolescentes que seguem aguardando nas instituições de acolhimento por não corresponderem ao perfil desejado pela maioria dos pretendentes habilitados no Sistema Nacional de Adoção (SNA). O Em Busca de um Lar foi criado para aumentar as chances de adoção de crianças em idade avançada, adolescentes, grupos de irmãos numerosos, meninos e meninas com deficiência ou graves problemas de saúde. Assista ao vídeo da adoção do Geovanny no canal do TJDFT no YouTube.
Com o auxílio da busca ativa e a divulgação de vídeos e fotos das crianças e adolescentes, o programa tem proporcionado o encontro afetivo entre pais e filhos, por meio da adoção. A primeira fase do Em Busca de um Lar começou a ser executada efetivamente em 2019 com a inclusão de oito crianças e adolescentes, dos quais três foram acolhidos em adoção. O programa foi pausado em 2020, devido à pandemia de Covid-19, e retomado em 2021, cercado dos cuidados sanitários. Nessa fase, foram inseridas no programa três crianças de idades entre 2 e 4 anos com sérios problemas de saúde – etapa em que Geovanny ganhou um lar ao lado dos pais, Juliane Vilaverde e Gustavo Guedes.
Vínculo imediato
“Parece romântico, utópico, mas foi uma ligação automática e natural”, diz Juliane. Ela recorda que não se conteve: assim que conheceu o menino, por meio da divulgação do programa, já o apresentou para o marido e eles entraram em contato com a VIJ-DF. Os pais contam que sempre conversaram sobre ter filhos e adoção. Em 2021, se habilitaram para adotar no DF. O acolhimento adotivo, mesmo sendo por intermédio de busca ativa, somente é possível por pessoas habilitadas judicialmente.
Ao se apresentarem como uma família interessada em adotar Geovanny, conheceram primeiro o prognóstico e as limitações de saúde do filho, decorrentes de uma paralisia cerebral bilateral. Cientes do quadro de saúde do menino, os dois mantiveram a decisão e puderam conhecer o filho. “O primeiro encontro, meu Deus! Já fiquei dizendo: meu filho, meu filho”, lembra Juliane. “Foi muita emoção mesmo, é inexplicável”, completa Gustavo. O vínculo imediato não foi apenas por parte dos pais. Em pouco tempo, o pequeno já os chamava de papai e mamãe.
Não demorou muito para que a hora de se despedir na instituição de acolhimento se tornasse sofrida. “Era muito difícil, como se meu filho estivesse longe de mim”, conta a mãe. Para o menino, o sentimento mostrou-se recíproco. “Nos contaram que ele passou a não dormir e comer direito. Perguntaram, então, qual era a nossa disponibilidade para recebê-lo definitivamente, já que o vínculo estava criado”, relata Juliane. Geovanny chegou à casa dos pais no dia 28 de outubro de 2021.
Amor e evolução em família
“A adaptação inicial pra gente foi mais tranquila, pois sempre tivemos contato com crianças”, fala a mãe. O pai conta que a conexão de Geovanny com toda a família foi incrível: “Ele é o xodó”. Apesar de todo o amor e do vínculo facilmente criado, os pais dizem que nem tudo é fácil. Além de terapias e da estimulação precoce devido às necessidades de saúde de Geovanny, o menino tem as demandas de qualquer criança. “Ele tem os dias difíceis, como toda criança tem. Da mesma forma que a gente acorda mal, ele também acorda. Como adultos, cabe a nós administrar”, afirma Juliane.
Desde que chegou, os pais observam evoluções em diversos sentidos no menino. “Ele chegou aqui com comportamentos típicos de um bebê. Hoje já está chegando ao desenvolvimento próximo dos 4 anos, idade dele. Tudo é questão de estímulo. O amor pode mudar a história e dar pra criança um novo destino”, fala a mãe de Geovanny. Os pais contam que o filho tem independência, apesar das limitações, e conhece os limites do próprio corpo. Hoje, ele também já brinca, forma frases completas, pede coisas, quer comer sozinho, adora caminhar com ajuda dos pais e de uma órtese e de equipamento adaptado às suas necessidades. Eles também lembram outras mudanças de Geovanny a partir do convívio familiar. “Quem não conhece a história, nem fala que o nosso filho veio pela adoção. Eles falam ‘é a cara do pai’, ‘tem o gênio da mãe’, brinca Gustavo. Os dois se orgulham de ver o filho com sua própria personalidade: carinhoso, comunicativo, que adora passear e, mais ainda, voltar pra casa.
“Apesar de parecer pouco tempo, não nos lembramos da vida sem o Ge”, declara a mãe. Ela conta que chegou a pensar como teria sido a história da família se não o tivesse encontrado pelo programa Em Busca de um Lar. “Eu começava a pensar: e se não tivesse o projeto? Deus, você teria dado um jeito de eu encontrá-lo, né?”, conta Juliane.
Confira o vídeo que conta a história desse encontro no canal do TJDFT no YouTube.
Nova fase do programa
Participam da atual fase do Em Busca de um Lar diferentes formações de grupos de irmãos e adolescentes com sonhos que incluem receber carinho dos pais, ter uma família para ajudar no dever de casa e mesmo ter alguém para ir à formatura em Direito, que um dos integrantes sonha cursar na faculdade. São meninos e meninas com sonhos, características e histórias diferentes, mas com um mesmo objetivo: encontrar uma nova família. Conheça-os na página do programa: https://atalho.tjdft.jus.br/pQw8lM.
Fonte: TJDFT