Reflexões sobre cuidado, amor, gratidão e morte marcaram o primeiro dia do Festival de Saúde Total (Fest) 2024, evento realizado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), em comemoração ao Dia do Servidor Público, celebrado em 28 de outubro. O webinar “Uma vida que vale a pena ser vivida”, conduzido pela médica Ana Cláudia Quintana Arantes, abriu o evento nesta segunda-feira, 21/10.

Este ano, o Fest tem como tema “O Princípio da Impermanência: Saúde, Sustentabilidade e Inclusão em um Mundo em Transformação“. Na abertura, o 1º Vice-Presidente TJDFT, Desembargador Roberval Belinati, lembrou que tanto a rapidez quanto a complexidade das mudanças afetaram a força de trabalho.

“Aceitar a transitoriedade dos efeitos como parte do crescimento pessoal, lidar com a ansiedade e o estresse, ter resiliência e adaptabilidade são como ferramentas para uma vida mentalmente saudável”, afirmou. O magistrado destacou ainda que “o desenvolvimento de “habilidades socioemocionais para prevenir e mitigar doenças no contexto da era digital é um dos desafios” propostos pelo Fest.

Uma vida que vale a pena ser vivida

No início da palestra, a médica Ana Cláudia Quintana lembrou que há um senso comum de que falar sobre a morte é um espaço proibido. “As pessoas falam Deus me livre, não quero falar sobre isso. (…) Todo mundo vai ter seu dia de protagonista. Às vezes, as pessoas passam pela vida sem nenhum protagonismo, não se cuidam, não têm a chance de cuidar da própria vida, mas, na idade de morrer, ninguém morre por nós. A gente não quer ocupar esses espaços da grande entrega. E essa grande entrega diz respeito à vida que a gente vive. Não é sobre um dia apenas. É sobre a vida que a gente tem até que a morte chegue”, afirmou.

Ao longo do bate-papo, a palestrante conversou sobre o autocuidado e o cuidado que devemos ter uns com os outros. “A gente precisa do cuidado uns dos outros. Quando a gente não cuida, a gente não se sente parte do processo de felicidade das pessoas, porque aí você vive em um lugar muito egoísta, muito sombrio”, disse. A médica convidou magistrados(as) e servidores(as) que acompanharam a palestra a refletir sobre a importância do cuidado, do perdão e da gratidão.

No final, a médica destacou que cuidar das pessoas que a gente ama é a maior responsabilidade e deixou um conselho para que a “preparação para o nosso envelhecimento se traduza em cuidado, autocuidado”.

“Viver a humildade de estar a serviço é liberdade. A pessoa livre é aquela que tem vontade de fazer o que precisa ser feito. E aí quando a gente faz o que precisa ser feito e a gente quer fazer, a gente gosta de fazer aquilo, a gente é livre, a gente é feliz até o último dia. Se a gente viver sempre assim, sempre nesta consciência, a gente vai ter um dia que vale a pena viver, que é o último dia. Esse último dia ele pode ser muito gostoso”, pontuou.

Durante a cerimônia de abertura, fizeram uso da palavra: a Presidente do Comitê Local de Atenção Integral à Saúde do TJDFT, a Desembargadora Maria de Lourdes Abreu; o médico e Coordenador do Serviço Médico do TJDFT, Tomaz Aquino; e a Coordenadora de Planejamento e Promoção de Saúde do TJDFT, Marcella Bittencourt. O Corregedor da Justiça do TJDFT, Desembargador Mário-Zam Belmiro Rosa, falou ao final agradecendo a palestrante.

Também participaram do evento o Desembargador Alfeu Machado, a Desembargadora Simone Lucindo, os Juízes Auxiliares da Presidência, Eduardo Henrique Rosas e Francisco Antônio Alves de Oliveira; o Juiz Auxiliar da 1ª Vice-Presidência, Luis Martius Junior, além dos demais magistrados(as) e servidores(as).

Fest

Realizado deste o ano 2000, o Festival de Saúde Total (Fest) é uma iniciativa da Secretaria de Saúde, por meio da Coordenadoria de Planejamento e Promoção de Saúde (Coplas), em parceria com a Escola de Formação Judiciária (EjuDFT), o Núcleo de Inclusão e o Programa Viver Direito.

O Fest atende à Resolução 207 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde dos Magistrados e Servidores do Poder Judiciário. A ação também faz parte do Plano de Logística Sustentável (PLS) do TJDFT, instituído pela Portaria Conjunta 53/2015, que vai ao encontro da Resolução 201/2015 do CNJ.