Juízas do TJDFT participam de simpósio sobre importância do trabalho para a ressocialização do sentenciado

Juízas do TJDFT participam de simpósio sobre importância do trabalho para a ressocialização do sentenciado

Juízas do TJDFT participam de simpósio sobre importância do trabalho para a ressocialização do sentenciado

por ASP — publicado 2024-10-03T14:44:00-03:00

IMG_8641.JPGNa última sexta-feira, 27/9, as Juízas de Direito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Léa Martins Sales Ciarlini, titular da Vara de Execuções das Penas em Regime Aberto (VEPERA), e Leila Cury, titular da Vara de Execuções Penais do DF (VEP/DF), palestraram no Simpósio “A importância do trabalho no processo de ressocialização do sentenciado”, evento promovido pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), em comemoração aos 38 anos de atuação do órgão.

O simpósio aconteceu no auditório da Escola de Governo do Distrito Federal (Egov) e contou com a presença de autoridades envolvidas nos processos de Execução Penal e representantes do Governo do Distrito Federal (GDF). Na ocasião, foi lançado o 1º Concurso Cultural de Redação, Poesia e Desenho da FUNAP, com o mesmo tema do Simpósio, direcionado aos reeducandos que atuam em trabalho externo pelo órgão e têm se destacado no processo de ressocialização. O concurso busca incentivar a arte e a cultura entre os reeducandos, oferecendo uma oportunidade de expressar seus sentimentos e valorizar suas produções artísticas, além de fomentar um debate sobre o tema proposto junto à sociedade. O concurso irá premiar em dinheiro os três primeiros colocados em cada categoria.

IMG_8649.JPGNa sua fala, a Juíza Léa Martins Sales Ciarlini apresentou um pouco da experiência da VEPERA e, nesse âmbito, destacou que se trata de uma Vara que tem uma clara vocação para contribuir no processo de reintegração social. Destacou a importância da participação da Funap no ingresso dos reeducandos da VEPERA no mercado de trabalho e em atividades como aquelas que serão abordadas no concurso: poesia, redação e desenho.

Em seguida apresentou uma breve reflexão pautada no pensamento do filósofo Emmanuel Lévinas, que dedicou sua vida a pensar a ética do respeito à alteridade. A magistrada, nesse contexto, sugeriu que justamente essa ética seja adotada no tratamento aos egressos, de modo a afastarmos o foco no fato/crime que foi praticado pelo indivíduo, para agora, no regime aberto, contemplarmos a sua condição humana e as suas necessidades, pois são pessoas que têm pela frente o grande desafio de encontrar o seu lugar na sociedade.

Ressaltou que isso exige de nós não compreensão, mas compaixão, acolhimento, respeito e muita dedicação. Concluiu sua fala com um breve poema de Fernando Pessoa:

Para ser grande, sê inteiro: nada

Teu exagera ou exclui. 

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda 

Brilha, porque alta vive.

Fonte: TJDFT