O 5º PopRuaJud, ocorrido em 17 de maio e cerca de 2 mil atendimentos realizados, contou com 70 voluntários, entre Juízes e servidores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). No relato de todos os entrevistados sobre a experiência em trabalhar para ajudar pessoas em situação de rua tem algo comum, a felicidade de servir ao próximo.

“Acolher as pessoas, ouvir suas histórias e vê-las acessando serviços básicos foi muito gratificante, pois me permitiu testemunhar uma concreta possibilidade de melhora em suas vidas”, disse a Juíza do TJDFT Paula Afoncina Ramalho que trabalhou na triagem, recebendo as demandas. Para a magistrada, o que mais impactou foi ver a alegria das pessoas atendidas, pois “muitos foram extremamente gentis, a ponto de agradeceram até por um sorriso e um bom dia”, frisou lembrando que agiram assim apesar de todas as violências que vivenciam e as dificuldades que enfrentam em seu cotidiano.

Para o Juiz Arthur Lachter, o motivo que o levou a trabalhar como voluntário “é a importância de dar um mínimo de dignidade para essa parcela tão vulnerável da população, que na prática fica invisível”. O magistrado ressaltou que o fato mais marcante “foi a felicidade de tantas pessoas com serviços que poderiam ser considerados básicos e sem importância por tantos, como a emissão de uma certidão de nascimento ou a carteira de trabalho”. E ainda mencionou o papel do Judiciário na aproximação dos mais necessitados e a solidariedade humana “de doar uma parcela ínfima do nosso tempo para ajudar, um pouco que seja, o próximo”.

“Dava para sentir a felicidade das pessoas por terem um evento totalmente voltado para as necessidades delas”, declarou Kesya de Oliveira, servidora do TJDFT, em sua primeira vez no evento. O que mais chamou a atenção foi a satisfação e a gratidão das pessoas em situação de rua. A servidora destacou ainda a excelente organização: “o evento foi super bem organizado e atendeu ao seu propósito, que era fornecer atendimento em diversas áreas para pessoas em situação de rua”.

Renan Barão, servidor do TJDFT que participou de quatro edições, disse ser testemunha do crescimento do PopRuaJud, sob a coordenação da competente Juíza Luciana Yuki. “É gratificante estar ao lado de tantos colegas competentes, de várias instituições, que estão ali voluntariamente para prestar um serviço público de excelência para esta população que tanto necessita”, afirmou. Ele acrescentou a forma de trabalho das equipes.  “Trabalho em total sinergia, resolvendo uma grande quantidade de demandas de uma forma empática, digna, desburocratizada e eficiente”.

PopRuaJud

O PopRuaJud atende a Resolução CNJ 425/2022, que institui, no âmbito do Poder Judiciário, a Política Nacional de Atenção a Pessoas em Situação de Rua e suas interseccionalidades. Estão previstos, além dos mutirões, ações de capacitação e de efetivação do acesso ao sistema de Justiça. 

O objetivo da ação é facilitar o acesso à Justiça tanto no aspecto formal – no sentido de garantir o acesso às dependências e serviços dos órgãos que compõem o sistema de Justiça – quanto material, que é relacionado à efetiva prestação jurisdicional célere e desburocratizada, inclusive com a construção de fluxos de trabalho diferenciados.